Voltando a escrever no blog depois de mais de um mês ausente... Além da impossibilidade de estar aqui devido às demandas do trabalho, faculdade e loja virtual, alguns questionamentos e reflexões a respeito do futuro do blog, em meio a infinitas atualizações do Google e mudanças nos hábitos de consumo de conteúdo online por parte do público também tomaram a minha cabeça...
Questionei (mais uma vez), o porquê de eu estar aqui, qual rumo dar ao blog, sobre o quê escrever, etc... E, após um período sem nenhuma inspiração, eu retorno para falar sobre um assunto, um hábito, que foi crucial na minha decisão de ter um blog.
Eu sempre gostei de escrever. Desenvolvi este hábito ainda na adolescência, quando os meus dilemas internos eram muitos e eu precisava colocar para fora as minhas inquietações para obter alguma clareza.
Eu vivia num constante turbilhão de emoções, pensamentos, dúvidas, chorava com muita frequência... Sofria com baixa autoestima, uma timidez absurda, total desconhecimento de quem eu era e uma enorme desconexão comigo mesma...
E eu não tinha com quem falar sobre coisas tão íntimas. As pessoas não entendiam, ou faziam pouco caso, e até chacota (minha mãe), quando eu falava sobre meus sentimentos. Eu também não tinha como pagar por uma terapia, nem coragem, devido à timidez, para ir atrás de atendimento psicológico gratuito.
O caderno que serve como meu diário atualmente. Devidamente customizado com esta colagem que acabei de fazer. |
Então, ter um diário, colocar todos os meus dilemas no papel, me ajudou muito a colocar as coisas em ordem aqui dentro de mim. Escrever se tornou a minha terapia, a minha forma de organizar o meu caos interno.
Um gatilho que me despertou a vontade de escrever sobre esse assunto aqui hoje foi o fato de eu ter conhecido uma pessoa esta semana que, em meio a uma conversa sobre dilemas pessoais e profissionais, me disse que eu parecia estar bem resolvida internamente quanto a estes assuntos.
E isso me fez refletir sobre o quão difícil foi chegar nesse estágio. O quanto a estabilidade emocional que eu tenho hoje foi duramente conquistada ao longo dos anos, construída a base de lágrimas e palavras solitárias escritas no meus diários.
Claro que existem outras formas de lidar com nossos demônios internos, mas, a gente cria propriedade para falar sobre os métodos que a gente conhece. Por isso, eu vim aqui hoje para dar algumas dicas para quem quer criar o hábito de escrever um diário e adotar a escrita terapêutica na sua vida.
Como começar a escrever um diário?
Escrever um diário é considerado um hábito do século passado. Hoje em dia, em que o pouco que se escreve é no celular, as pessoas têm dúvidas sobre como começar a escrever um diário e até sobre o que escrever nele.
Mas, a verdade é que não tem nenhum segredo ou técnica para isso. Aliás, quanto menos regra você criar para isso melhor.
Só recomendo que seja feito à moda antiga mesmo, no papel. Escrever seus pensamento e sentimento à mão tem comprovadamente um efeito terapêutico maior.
Então, apenas pegue uma caneta e papel, e coloque para fora tudo o que estiver lhe incomodando dentro de você.
Não precisa seguir nenhum roteiro, nenhuma estrutura textual, não precisa sequer fazer sentido para qualquer outra pessoa além de você.
Uma coisa que também é importante frisar é que, para manter um diário, você não precisa ter a obrigação de escrever diariamente nele. Não precisa ser aquela coisa "hoje eu acordei, fui pro trabalho, almocei, etc..."
Eu mesma só escrevo quando sinto necessidade de organizar meus pensamentos e sentimentos, colocar algo para fora. Ou também para registrar algum acontecimento específico que mexeu comigo e eu queira documentar minhas impressões e sensações.
Ou seja, a regra é: não tem regra.
O que utilizar como diário?
Este é outro assunto que costuma gerar dúvidas para quem quer começar a escrever um diário. Que tipo de caderno utilizar, qual é o melhor...
O melhor é aquele que você já tem, rs. Isso mesmo. Não precisa de nenhum caderno caríssimo, cheio de frufrus, nenhuma super produção para começar a escrever um diário. Afinal, o mais importante é o que você vai colocar dentro dele.
Eu mesma nunca comprei um caderno especificamente para isso. Antes, eu ia escrevendo em folhas anteriores e aleatórias das minhas agendas de cada ano. O que misturava meus longos desabafos com as listas de tarefas do dia-a-dia, e não era legal.
Então, desde 2019, eu separei um caderno só para ser o meu diário. Mas eu não comprei nada novo. Na verdade, eu peguei várias folhas limpas, sem usar, de agendas antigas e fiz um caderno único, meio Frankestein, por ter folhas diferentes umas das outras, mas que super me atende.
Montei este caderno a partir de folhas aleatórias e não usadas de agendas antigas. |
Ele estava sem uma capa, sem personalidade até hoje à tarde. Mas aí, como eu ia escrever sobre isso aqui, resolvi finalmente fazer esta colagem que aparece lá na primeira foto do post, pensada já há muito tempo para customizá-lo. E amei.
Ele era assim antes de eu customizá-lo com a colagem. Capa de uma das agendas utilizadas. |
Este é o meu confidente quando as pressões da vida aumentam. Obviamente, ele já vinha cumprindo a sua função antes, mas agora que eu o deixei com a minha cara (vide primeira foto), dá até mais prazer de escrever.
Há uns anos atrás, seria impossível eu usar o mesmo caderno por 4 anos. Mas, ultimamente, como meus conflitos internos estão mais apaziguados, sinto necessidade de escrever com menos frequência.
Então, fica a dica, pega um caderno velho, ou monta um, ou compra um baratinho na papelaria, customiza do jeito que você quiser e bora colocar os demônios para fora.
Como desenvolver o hábito de escrever?
Bom, como eu citei anteriormente, para mim, escrever diário não tem regra. Então, eu também não sou muito a favor dessa coisa de "escreva todos os dias, no mesmo horário...".
Eu escrevo no meu diário quando tenho vontade. Até porque eu nem tenho tempo de escrever todos os dias nele. Geralmente separo um tempinho no fim de semana para fazer isso.
Se for para ter uma regra, que seja: escreva quando sua mente e seu coração estiverem transbordando coisas com as quais você precisa lidar com mais atenção.
Eu indico a escrita terapêutica para todos que queiram se conhecer e se entender melhor.
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