Como seria o fim de ano sem o Natal?

Filme Natal Esqueceram de mim
Desculpem o clichê, mas é inevitável...
Foto: Divulgação

Dezembro já está aí e trouxe junto com ele, novamente, aquela atmosfera característica: enfeites natalinos, luzes piscando, desejos de compra, ruas lotadas, correria... toda aquela agitação de sempre. Mas eu, ao contrário do mundo ao redor, costumo ficar (ainda) mais introspectiva nesta época. 

Eu fico mais reflexiva, repassando a vida, pensando em como eu imaginei que estaria ao final de mais um ano... E logo começo a ouvir na minha cabeça a voz da Simone: 🎵"Então, é Natal. E o que você fez?"🎶 

Para mim, essa musiquinha se tornou muito mais emblemática do que a da Leader. E ela é irritante porque parece um puxão de orelha... Um saco essa cobrança dela, rs. Me sinto pressionada e sou obrigada a lembrar que não fiz metade do que planejei durante o ano. 

Tenho a impressão de que todos os dezembros são iguais, os demais meses, apesar de também terem seus feriados e características próprias, são sempre diferentes a cada ano. Mas o dezembro parece ser sempre o mesmo, traz sempre as mesmas coisas, os mesmos sentimentos... 

Eu,particularmente, não aguento mais ver decoração natalina. E ela surge cada vez mais cedo, já começa a se espalhar pelas lojas ali pelo início de novembro, nos lembrando que o ano já está no fim. Às vezes, as primeiras guirlandas surgem até antes disso. A loja Caçula, por exemplo, sempre me assusta com seus pinheiros e bolas coloridas já no final de agosto. Entro e levo um certo susto, preciso parar por alguns segundos e relembrar em que mês ainda estamos.

Me cansa um pouco essa repetição massiva de Papai Noel, pinheiro, chester, pisca-pisca... todos os anos. Entre minhas divagações, me peguei pensando em como seria a vida sem o Natal. Será que conseguiríamos ficar sem ele? Estamos tão acostumados que nem pensamos a respeito. Acho que podíamos fazer um teste e dar um tempo assim só por um ano pra gente ver como é.

Mas, logo em seguida, penso: será que iríamos separar um dia específico do ano para fazer uma pausa e reunirmos a família sem o Natal? Acho que iríamos simplesmente emendar um ano após o outro no automático, envolvidos com os mesmos problemas que nos ocupam nos demais meses.

Sim, apesar de já estar saturada de todo o apelo comercial que se impregnou na data e, mesmo não sendo religiosa, eu ainda consigo ver o lado bom do Natal. Aqui em casa, nunca fizemos questão de montar árvore, colocar pisca-pisca na janela e nem é obrigatório dar presente. Mas eu gosto do clima de fraternidade e reconciliação que impera nesta época. Acho que todo mundo fica mais emotivo, mais propenso a manifestações de carinho e afeto.

Pura falsidade? Sentimentalismo barato? Ou apenas uma espécie de histeria coletiva? Pode até ser que boa parte das pessoas não entrem realmente na vibe e apenas finjam. Mas, acima disso, acho válido ter um momento específico do ano para nos lembrarmos de dar atenção a sentimentos mais nobres e pensarmos coletivamente.  

Sim, vou continuar não gostando de ter que encarar ruas lotadas e tumultuadas, de ver tantos pinheiros e guirlandas por aí e menos ainda do fato do grande astro da festa ser o tal do "bom velhinho" e não o aniversariante do dia. Mas acho que é legal manter o Natal. Ele tem a sua função.

Mas, diz aí, qual é a relação de vocês com a data? 
Amam, odeiam ou são indiferentes?


*Publiquei este texto originalmente em outro blog meu em 09/12/2016. Estou repostando aqui porque acho que continua válida a reflexão.

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