Visitar a exposição Comciência, que está em cartaz no CCBB aqui do Rio, é uma experiência única. Com suas criaturas geneticamente modificadas, a artista Patricia Piccinini, nos convida a refletir sobre os limites da ciência moderna e sobre a própria condição humana.
Ao criar seres híbridos que misturam formas humanas e animais/botânicas, a artista dá uma chacoalhada nos nossos sentidos e nos nossos conceitos sobre o que é ou não humano e nos faz refletir sobre nossa postura diante do diferente.
Obra: O tão esperado |
Suas obras são de um realismo incrível e muito impactantes! Feitas,em sua maioria, de silicone, junto a outros materiais,como cabelo humano,as criaturas fantásticas idealizadas pela artista, parecem tão vivas quanto nós e dão a impressão de que irão mover-se a qualquer momento. Impossível ficar indiferente ao encará-las!
Talvez o aspecto mais surpreendente dessas criaturas seja sua transparente serenidade contrastando com sua aparência assustadora e, por vezes, repulsiva. Lembro que, quando estava observando a obra indiviso undivided (foto acima), dentre os visitantes na sala, havia uma menina que parecia ter a mesma idade do garoto retratado. E ela não conseguia se aproximar da obra, olhava aflita para a cena de longe e chamava sua mãe para sair logo da sala.
A pequena, provavelmente, se viu ali no lugar do menino dormindo abraçado a uma espécie de monstro e deve ter tido problemas para dormir naquela noite. Medos da infância que todos conhecemos bem...
Patricia Piccinini é uma artista australiana conhecida por suas obras hiper-realistas e por abordar temas como engenharia genética e biotecnologia. Esta é a sua primeira exposição individual no Brasil. Seguem fotos de mais algumas de suas obras:
(Jurava que essa menina ia se levantar a qualquer momento.)
Num momento em que nós, humanos, temos tido,em alguns momentos, dificuldade em nos reconhecermos uns aos outros como semelhantes, Comciência nos confronta fazendo-nos enxergar humanidade em criaturas absurdas e criadas em laboratório.
Obra: O visitante |
A obra cumpre bem este objetivo. A gente se sente dentro do corpo que respira e sente as emoções que ele transmite a cada instante.
Quem já viu,o que achou?
Quem ainda não viu, não deixe de conferir. É uma experiência única!
E depois me contem o que acharam também, hein!
E depois me contem o que acharam também, hein!
*Todas as fotos que ilustram esta postagem foram feitas por mim durante a minha visita à exposição.
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