Fazendo crochê em lugares públicos: na rua, no ônibus, no trem, no CCBB...

Crochetando no busão nosso de cada dia.

Você, minha amiga crocheteira, tem vergonha de fazer crochê na rua? Quando eu digo na rua, é em qualquer lugar público: no ônibus, no metrô, na fila do banco, no shopping...

Quanto a mim, o que eu sinto não é exatamente vergonha, mas uma sensação como de estar expondo um momento que deveria ser mais íntimo. 

Sim, porque eu preferia mil vezes estar crochetando na minha casa, sentadinha numa cadeira ou na minha cama, tomando chá, assistindo alguma coisa ou ouvindo música, do que num ônibus, às vezes sacolejando, e com um monte de estranhos em volta.

Mas, a verdade é que, com a correria do dia a dia, me dividindo entre o meu emprego CLT e as encomendas da minha loja virtual, tendo ainda no meio a faculdade e outras coisinhas que invento de fazer, não existe mais para mim esse momento ideal para fazer crochê de forma calma e tranquila.

Se eu for deixar para crochetar somente na intimidade da minha casa, bem acomodada e focada, eu não vou entregar nenhum pedido da minha loja no prazo.

Em quais locais públicos eu faço crochê?

Então, eu tenho que fazer crochê no busão, no trem, no ponto de ônibus... onde der. Eu faço crochê inclusive na fila do Correio aguardando para postar os crochês já finalizados, rs.

Esperando na fila dos Correios para postar os pedidos já finalizados, a gente faz o quê? Adianta os próximos pedidos!

Eu crocheto inclusive dentro de igrejas. Sim, como eu trabalho no Centro do Rio, às vezes eu vou pra Igreja de São Francisco de Paula no horário do almoço para crochetar mais escondida e ouvindo aquelas músicas sacras e calmas que costumam estar tocando por lá. Mó paz! ✌

Às vezes, eu também vou pra Igreja do Rosário, também ali no centro. Mas essa é uma igreja mais agitada, costuma ter mais gente e também missas no horário do almoço, então, eu prefiro a outra.

Outro lugar onde eu gosto de crochetar é no pátio do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ). O ambiente universitário é bem livre e ninguém acha estranho eu estar fazendo crochê ali. E eu adoro me sentir novamente inserida nessa atmosfera estudantil por alguns instantes. Aém do mais, eu entro e saio de lá sem ninguém questionar se eu sou aluna ou não.

Crochetando no pátio interno do IFCS na hora do almoço.

Tem ainda o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde eu adorei crochetar também. Só fui uma vez por ser um pouco mais longe do trabalho. Mas é ótimo fazer crochê ali naquele ambiente artístico e cultural.

Crochetando na rotunda do CCBB RJ, um dos meus lugares preferidos da vida. ❤

Qual a reação das pessoas ao me ver crochetando?

No geral, ninguém liga. A verdade é que, hoje em dia, estamos todos tão distraídos com nossos smartphones e mil coisas na cabeça, que ninguém nem presta mais atenção ao que acontece ao redor.

Mas sim, algumas pessoas reparam e, geralmente, só ficam observando por um tempo, mas não falam nada. Dá para ver que algumas ficam admiradas por alguém saber fazer crochê nos dias de hoje e estar ali fazendo em público.

Eu percebo também que as mulheres mais velhas ficam olhando com uma certa inveja por eu ser jovem e saber fazer crochê. 

Teve uma que já chegou sentando ao meu lado no ônibus perguntando o que eu estava fazendo, falando que também fazia crochê, mas perguntou se eu não fazia bonecas de amigurumi para ela comprar pra neta dela. Ué, se ela sabe, porque não faz?!

Mas, no geral, eu passo batida sentadinha com minha agulha e meus novelos. E assim vou adiantando minhas encomendas num período de tempo que, geralmente, é perdido.

E vocês, também usam qualquer tempinho ocioso para crochetar?