Depois do post onde eu contei um pouco da minha trajetória capilar e como foi minha primeira tentativa de abandonar a química, chegou a vez de contar como foi a minha segunda, e definitiva, transição capilar.
Só relembrando um pouquinho o que eu contei no primeiro post: após o meu 1° big chop, eu tive uma recaída e voltei a relaxar o cabelo no Beleza Natural. Voltei porque não me adaptei ao cabelo joãzinho após o corte e também porque não consegui lidar com o fator encolhimento tão grande que meu crespo tipo 4a tem.
Retorno ao Beleza Natural
Voltei pro Beleza porque, já que era para voltar a usar química, que fosse então uma que eu já conhecesse. Também voltei com a esperança de conseguir manter meu cabelo com os cachos o mais próximo possível do natural, ou seja, bem menos esticado do que eu usava antes da 1° transição.Como meu cabelo estava logo após voltar a fazer relaxamento. |
Neste retorno, toda vez que ia relaxar, eu sempre pedia para quem me atendesse não alisar muito meu cabelo, só "soltar" um pouco a raiz. Lá no Beleza eles diziam que esse era o procedimento "padrão", não esticar muito, apenas abrir um pouco os cachos. Podia até ser padrão, mas se você não falasse nada, saía do lavatório com o cabelo colado no "casco".
Durante algum tempo, essa coisa de pedir para apenas soltar os cachos até funcionou. Eu continuava incomodada com o sistema de atendimento do salão, mas gostava de ter o cabelo um pouco menos esticado e danificado do que antes e com o fator encolhimento amenizado pelo relaxamento. Fora que era mais fácil finalizar, pois eu não precisava passar horas amassando um cabelo totalmente esticado para ver se ele formava cachos.
Mas a lua-de-mel do retorno durou pouco, logo a diferença entre uma ida e outra ao salão, uma atendente e outra, começou a ficar visível no cabelo, que passou a ter texturas diferentes de acordo com a pessoa que aplicava o produto e o tempo que ela o deixava agindo no cabelo. Meus cachinhos, que, inicialmente, estavam bem próximos do natural, foram ficando sem forma e irregulares. E minha insatisfação voltando aos níveis de antes.
Com o passar do tempo, ele começou a ficar muito alisado novamente. |
A gota d'água foi quando, numa das idas ao salão, pedi mais uma vez à atendente do dia para apenas soltar a raiz como de costume, mas saí do lavatório com o cabelo quase tão esticado como antes da 1° transição.
Para piorar, nos dias seguintes, senti um incômodo muito grande no couro cabeludo, que ficou mais rígido do que costumava ficar após o relaxamento. Eu sentia a cabeça latejar e também tive um pouco de febre. Aquilo me assustou bastante.
Mas, graças a Deus, o mal-estar passou dentro de alguns dias. Porém, a minha insatisfação não. E eu, mesmo sem ter muita certeza do que faria depois, prometi para mim mesma que nunca mais passaria por aquilo novamente!
Dia 10/09/14 foi a última vez que eu relaxei o cabelo. E, nos meses seguintes, fiquei refletindo sobre o que faria dali em diante. Eu sabia que queria abandonar a química, mas eu já tinha passado por uma transição de 1 ano e desistido. Então, dessa vez tinha que ser diferente, tinha que ser para valer.
Diário Capilar
Para me ajudar a organizar as ideias, eu comecei um diário capilar. Eu peguei uma agenda que eu havia ganhado de um fornecedor de tecido e passei a escrever sobre minhas dúvidas e inseguranças em relação a assumir meu cabelo natural.Diário Capilar que comecei durante a 2° transição. Me ajudou muito e até hoje uso para fazer anotações sobre a evolução do meu cabelo. |
O tempo foi passando e eu não voltei mais ao salão. E passei a registrar no diário cada nova fase pela qual o meu cabelo passava. Cada nova reação aos produtos já conhecidos, cada teste com um novo produto, cada surtação minha (rs) e cada novo mês sem relaxar eram anotados na agenda.
Eu entrei em transição assim, sem fazer alarde e tentando conhecer melhor a mim mesma e meu cabelo para não dar para trás de novo.
Entenda toda a história lendo os demais posts:
- Transição capilar I: minha 1° tentativa de abandonar a química
- 2 anos sem química: o que tenho aprendido com meu cabelo natural
- 5 Anos de Cabelo Crespo Natural: Pontos Positivos e Negativos
Penteados que usei durante esta nova transição
Desde o início, eu já tinha decidido que, nesta 2° transição, eu não faria dedoliss de jeito nenhum! Era muito cansativo e trabalhoso! Eu não sabia o que iria fazer quando a raiz natural ficasse muito alta, mas segui em frente assim mesmo. E, para minha sorte, como desta vez o comprimento estava menos relaxado, a diferença entre as texturas não era tão gritante como na 1° transição.Então, apesar de ter recorrido a faixas e lenços algumas vezes, na maioria dos dias, eu não usava nenhum acessório nem fazia nenhuma texturização. Apenas "penteava" a raiz natural com os dedos na hora de aplicar o creme de pentear, a achatava um pouco para abaixar o volume e amassava o comprimento para dar o efeito contrário nele e equilibrar um pouco.
Os diferentes penteados que eu usei durante a transição. Desta vez, não recorri a nenhum tipo de texturização. |
Claro que dava para perceber que eu estava em transição, mas eu não me sentia feia como da 1° vez. Além disso, desta vez, eu estava bem mais confiante de que era exatamente isso o que eu queria.
Novo Big Chop
Minha 2° transição durou o mesmo tempo da primeira: 1 ano. Mas, desta vez, eu não fiz cortes ao longo do período. Quando eu estava quase chegando ao final do "prazo", pesquisando aqui na internet, eu encontrei um salão diferente e especializado em cabelos crespos e cacheados: o Lunablu.
Eu li vários relatos positivos de crespas falando sobre as experiências que tiveram no Lunablu e fiquei bastante animada. Descobri que eles tinham uma unidade em Madureira, aqui no Rio, e decidi que seria lá que eu faria o meu big chop!
Assim, em 05/09/15, um sábado de manhã, eu acordei, bem mais calma do que no dia do meu 1° big chop, peguei o trem e fui até o Lunablu cortar o já bastante detonado comprimento com química.
Fui muito bem atendida! Pela primeira vez em toda a minha vida eu me senti realmente à vontade dentro de um salão de beleza. Pela primeira vez, ninguém tentou me convencer a fazer nenhum processo químico no meu cabelo. Pela primeira vez, a cabeleireira fez exatamente o que eu pedi.
Eu disse que queria deixar alguns centímetros da parte com química para meu cabelo não ficar tão curto e difícil de finalizar e também para eu não sentir um baque tão grande com a mudança de visual.
Então, ela fez um corte mais curto na nuca e maior na frente, preservando um pouco do comprimento com química. Eu adorei o resultado! Foi bem melhor do que eu esperava para um big chop.
Meu cabelo após o Big Chop feito no Lunablu. Ficaram algumas pontas com química que eu mesma fui cortando em casa com o passar do tempo. |
Saí do salão me sentindo bem comigo mesma. Os dias seguintes também foram bem mais tranquilos do que da 1° vez e eu consegui seguir adiante com a transição. Sim, porque ela não acabou com o big chop.
Afinal, ficaram pontas com química com as quais eu convivi por mais alguns meses enquanto o cabelo natural continuava crescendo. Com o tempo, eu fui cortando estas pontas em casa mesmo.
Hoje, quase 3 anos após o início da minha segunda e definitiva transição, meu cabelo está assim:
Como estou atualmente, após mais de 2 anos do início da segunda, e definitiva, transição capilar. |
No próximo post desta série sobre a minha jornada de redescobrimento do meu crespo natural, eu vou contar para vocês quais produtos eu usei durante a 1° e a 2° transição.
Até lá!
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