Exposição O corpo é a casa do artista Erwin Wurm no CCBB RJ

Primeiro post do ano saindo do forno!! E o tema escolhido para abrir os trabalhos de 2018 por aqui é Arte! Assunto que eu amo! Com a correria que está a minha vida nos últimos tempos, eu andava meio sumida dos museus e centros culturais. Mas, no último sábado de 2017, eu aproveitei que precisava ir à Saara para comprar alguns aviamentos e finalmente dei uma passadinha no CCBB para conferir a exposição O corpo é a casa, do artista austríaco Erwin Wurm

Exposição Arte CCBB RJ Casa Gorda Fat House
Fat House ou Casa Gorda, 2003. Maior obra da exposição, exposta na rotunda do CCBB.

A mostra está em cartaz desde outubro e as imagens de divulgação haviam me chamado muito a atenção por mostrarem obras bastante inusitadas. O artista usa diferentes linguagens para abordar a forma como nos relacionamos com nossos corpos

Ver objetos inanimados, como uma casa e um carro obesos, "acima do peso", causa bastante estranhamento e nos faz refletir sobre questões que vão desde como temos nos alimentado até qual a imagem que temos de nós mesmos, de nossos corpos.

Exposição CCBB RJ Carro Convesível Gordo
Conversível gordo, 2005.

Eu, particularmente, refleti muito sobre a falta de consciência corporal que tem crescido entre nós, seres cada vez mais conectados via internet e cada vez mais ignorantes de nós mesmos e do outro.

Estamos cada vez mais desencorporados. Precisamos, urgentemente, voltar nossa atenção para a nossa casa. O nome da exposição soa praticamente como um mantra para mim: O corpo é a Casa.


Ele é o nosso abrigo primordial, que levamos conosco para onde quer que formos. E precisamos habitá-lo verdadeiramente, com presença e cuidado genuínos. 

Outra questão que se torna bastante palpável ao contemplarmos as obras é o quanto nossos corpos são moldáveis. Nós os esculpimos diariamente não só a partir do que comemos, mas, principalmente, com a nossa mente. Ele é o mais puro reflexo daquilo que vivemos, dos nossos sentimentos e emoções.

Mas, além destas questões mais subjetivas, como estilista, também chamaram muito a minha atenção as vestimentas de algumas das obras. Achei um trabalho primoroso de modelagem vestir esculturas como O artista que engoliu o mundo, por exemplo.

Exposição CCBB RJ Homem Redondo
O artista que engoliu o mundo, 2006.


Fiquei imaginando como deve ter dado trabalho confeccionar esta camisa e calça redondas. E ambas têm todos os detalhamentos de roupas normais, como bolsos, fechamentos e botões.


Exposição CCBB RJ Homem Redondo
Detalhamento realista das roupas.
Veja também:



Exposição Arte CCBB RJ Casaco rosa
Sem título, 2008.
Outra obra que me chamou a atenção pela roupa foi esta à qual o artista não atribuiu nenhum nome. Este corpo quadrado, que parece aprisionado dentro deste casaco, me faz pensar numa pessoa vítima da Moda ou em alguém muito desconfortável dentro do próprio corpo.

Exposição Arte CCBB RJ Erwin Wurn
Adorno como Oliver Hardy em The Boemian Girl e o fardo do desespero, 1936-2006.
Agora, se as roupas do homem redondo já tinham me impressionado, fiquei ainda mais passada com a complexidade das dobras da calça deste senhor largo aqui. Gsuis!


Exposição Arte CCBB RJ Erwin Wurn
Sem título, 2008.
E o que dizer deste "ovo" encasacado? Bem claustrofóbico e inquietante! Tenho um casaco bem parecido com este e a identificação foi imediata. Mais uma vez, precisei fotografar de perto os detalhes.

Exposição Arte CCBB RJ Erwin Wurn
Não encontrei o nome desta obra para registrar aqui.
Esta outra obra também nos passa uma sensação de claustrofobia e desconforto com este ser misterioso aprisionado nesta roupa que parece uma blusa para vestir o corpo todo.

Sabe quando você vai numa loja, experimenta uma roupa muito apertada, fica presa dentro daquilo sozinha dentro do provador e não sabe o que fazer? Me senti assim olhando para esta escultura. Super me identifiquei, rs.

Eu adorei a exposição! Ela não é grande, mas tinham muitas outras obras expostas além destas. Porém, para não deixar o post muito longo e cansativo, quis trazer para vocês apenas as que mais gostei.

Para quem ainda não foi conferir, infelizmente, a mostra fica em cartaz apenas até amanhã, dia 08 de janeiro, no CCBB aqui do Rio. 
Se puder, dê uma passadinha por lá! Vale a pena!

Espero que tenham gostado do post. 
Beijos e até a próxima!

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