Nossa, já tem bastante tempo que eu não falo sobre filmes aqui no blog. Sobre séries então, nunca cheguei a falar. Isso porque eu não sou muito de acompanhar seriados.
Mas, preciso muito falar sobre uma produção que foi um grande achado para mim nesta quarentena. Trata-se da série O tempo entre costuras que acabei de terminar de assistir na Netflix.
Sim, a série não é nova, foi produzida em 2013, e entrou para a grade da Netflix em meados de 2017. Porém, exatamente por eu não ter o hábito de assistir seriados, acabo demorando muito a me inteirar sobre a novidades da área.
Sim, a série não é nova, foi produzida em 2013, e entrou para a grade da Netflix em meados de 2017. Porém, exatamente por eu não ter o hábito de assistir seriados, acabo demorando muito a me inteirar sobre a novidades da área.
E só fiquei sabendo da existência dessa série através de um post que vi recentemente no instagram da revista Urdume, especializada em trabalhos manuais. Eles publicaram como dica do que assistir na quarentena, e eu resolvi dar uma olhada para ver se gostava. Já vou logo avisando que este post contém spoiler, ok?
A História
Confesso que comecei a assistir sem muita expectativa, mas, já no primeiro capítulo, a história me prendeu. Baseada do livro homônimo da escritora María Dueñas, a narrativa acompanha a trajetória de Sira Quiroga.
A protagonista é uma jovem espanhola, moradora de Madri, que foi criada somente pela mãe e aprende com ela, desde cedo, o ofício que seguirá por toda a vida: a costura.
Sira leva uma vida normal e pacata trabalhando com sua mãe num ateliê de costura até que, pouco antes da eclosão da Guerra Civil Espanhola, a romântica e jovem costureira se apaixona perdidamente por Ramiro, um sedutor bon vivant, desfaz o morno noivado que mantinha com Inácio, deixa tudo para trás e se muda para Tanger, no Marrocos para começar uma nova vida ao lado de seu amado.
Porém, as coisas não saem como o planejado e, em pouco tempo, ela se vê abandonada pelo homem que ama, endividada, totalmente sozinha num país desconhecido e impedida de voltar para a Espanha e para a companhia de sua mãe.
Após um período sem saber que rumo tomar, com a ajuda de Candelária, sua nova amiga e dona da pensão onde mora, Sira consegue dinheiro para abrir o próprio ateliê em Tetuan, onde logo começa a fazer sucesso e conquistar clientes influentes, como a jovem inglesa Rosalinda Fox.
A amizade entre as duas se fortalece cada vez mais e essa ligação dá origem a vários outros encontros e acontecimentos, gerando uma grande reviravolta na vida de Sira. A costureira conhece seu novo amor, o jornalista Marcus Logan e se torna espiã, passando a trabalhar para o serviço secreto inglês com o intuito de evitar que a Espanha se envolva em uma nova guerra.
Espionagem alinhavada entre costuras
O que eu mais gostei nesta série foi o fato da costura estar no centro de tudo o tempo todo, sendo o elo de ligação de toda a trama. Quando se torna espiã, é através das conversas durante as provas de roupas em seu ateliê que Sira consegue arrancar informações preciosas de suas clientes alemãs esposas de homens influentes.
E é através de mensagens transcritas em código morse em suas modelagens que ela transmite estas mesmas informações para o serviço secreto. Achei isso o máximo!
Imagem: medium.com |
Mas também não posso deixar de comentar uma coisa. Acho que nem na formalidade dos anos 30, seria possível para alguém continuar tão impecavelmente arrumada trabalhando o dia inteiro como costureira. Usar sapato de salto ao tocar o pedal da máquina? Sério? Quem conhece o dia a dia de se trabalhar com artesanato vai me entender...
Cadê a correria para terminar as encomendas? O dia inteiro trabalhando descabelada e de pijama?
A unha que você deixa de pintar? A roupa que você não fez para si mesma porque não deu tempo?
Neste quesito, faltou um pouco de verossimilhança à trama. Mas nada que comprometa a qualidade da série.
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A evolução da costureira
Ambientada nas década de 1930 e 1940, a série tem uma excelente direção de arte, belas paisagens, apurado senso estético e figurinos maravilhosos. Através dos mesmos, acompanhamos a evolução de Sira, de jovem romântica e inexperiente, ela se torna uma mulher segura e sofisticada.
Esta evolução se torna tão nítida e natural ao espectador graças à excelente atuação da atriz Adriana Ugarte, que dá vida à protagonista. Mas, sem dúvida, os figurinos arrematam com louvor este processo de transformação na tela.
Imagem: netflix.com |
Baseada em fatos reais
Além de cativante e bem amarrada, a história de O tempo entre costuras é entrelaçada com diversos fatos históricos, como a Guerra Civil Espanhola, o contexto da Europa pré-segunda guerra e a ascensão do nazismo, com menções diretas a figuras como Hitler e Franco.
Alguns personagens específicos também existiram na vida real, como Rosalinda Fox e seu amante, Juan Luis Beigbeder, alto comissionário do Marrocos, e Allan Hillgarth, coordenador do serviço secreto britânico na Espanha e a quem Sira precisava reportar os resultados de suas missões.
Perfeita para quem ama Moda
O figurino impecável e a costura como elo de principal da trama já seriam motivos suficientes para os amantes da Moda se apaixonarem pela série, porém, O tempo entre costuras vai além e deleita o espectador com passagens como o dia em que Sira, com a ajuda de sua assistente, Jamila, fez um falso vestido Delphos para que Rosalinda pudesse usá-lo naquela mesma noite em um jantar importante ao qual precisava comparecer ao lado de Juan.
A sequência de cenas mostra a costureira apresentando o modelo à cliente, saindo para comprar corantes naturais na feira de Tetuan, tingindo, retorcendo e secando o tecido no fogo para obter o efeito desejado.
Vestido Delphos
Romance
Como toda boa história que se preze, O tempo entre costuras também tem em seu enredo uma pitada de romance. As cenas mais românticas da série ficam por conta dos protagonistas Sira e Marcus que, em meio a missões secretas, encontros e desencontros, fazem a gente torcer pelo final feliz dos pombinhos.
Vale muito a pena assistir
Eu simplesmente amei a série! Como eu já comentei, amo ver o fazer manual no centro de alguma produção audiovisual, e me identifiquei muito com a história. Sira aprendeu a costurar com a mãe, assim como eu, e seguiu este ofício por toda a vida, superando obstáculos e descobrindo novos mundos através do seu trabalho.
Mas, O tempo entre costuras é uma excelente opção de série para amantes de costura ou não. Com uma única temporada de 17 episódios, sem dúvida, este é um entretenimento de alta qualidade e que prende a atenção do espectador do início ao fim. Recomendo muito!
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